2005/11/03

Os Cucos !


Estava para aqui sem fazer nada, quando ao ler um panfleto me lembrei dos cucos !
Fiz uma pesquisa na net e eis os resultados :

extraído de : Site Junior da Texto Editora
O cuco é uma ave muito difícil de ver nos bosques, mas o seu "cu-cu" reconhece-se bem. Não é?
É mais ou menos do tamanho de um pombo e tem as penas cinzentas. No peito é raiado de branco e tem uma cauda fininha.
Alimenta-se de insectos, lagartas e aranhas.
O cuco é uma ave migradora: vem de África, onde passa o Inverno. O Verão passa-o na Europa, chegando na Primavera. Mais ou menos em Abril já se ouve cantar.
Sabias que os ovos dos pais cucos são chocados por outras aves, muitas vezes mais pequenas?
Põem cerca de doze ovos, cada um deles num ninho escolhido de outro pássaro.
O cuco-fêmea põe o seu ovo quando o ninho está sem vigilância e atira fora um dos ovos que já lá estavam, que são parecidos com os dele.
Doze dias depois, antes dos outros ovos, nasce o cuco, sem penas e cego, mas que atira logo todos os outros ovos para fora do ninho.
Sabias que os seus pais adoptivos o alimentam até ele ser independente? Mesmo quando ele cresce e fica maior do que eles!
Depois, em Setembro, o jovem cuco migra para junto dos outros da sua espécie.
Mas não há problema, pois sabe o caminho mesmo sem ninguém lho ter ensinado!

extraído de : uma entrevista a Jaime Rego

Trata-se de um grupo de pessoas que cultivam a personalidade e se escondem atrás do nó de gravata, perfilando-se constantemente para assumir este ou aquele lugar. A esses eu chamo “os cucos”. Passo a explicar: Tipo de indivíduos que se oferecem para ocupar o lugar daqueles que fizeram alguma coisa de bom, de útil, e que enquanto a obra não se via não apetecia. De repente é apetecível e aparecem “os cucos”...Nunca fui cuco! Sempre fui convidado (nem sempre aceitei) sem me oferecer ou insinuar para nada nem lado nenhum!

extraído de : Blog aculturaeparasecomer (texto de Amália Cabrita *)

.....Contudo, na natureza nada se cria , nada se perde, tudo se transforma. A natureza está sempre a mudar e a mudança não se faz completamente ao acaso. Por exemplo, não há notícia de burros se terem transformado em cucos. Os cucos não são mamíferos como os burros e, ao contrário destes, não estão em extinção. Podem mesmo constituir um perigo sério, dada a sua especial aptidão para ocuparem os ninhos dos outros (na nossa linguagem mercantilizada, já não se diz “ninho” mas sim “nichos”). O que têm então de especial os cucos para ocuparem tantos nic(n)hos de mercado? Precisamente o que falta aos burros: incompetência para criarem os seus próprios, um talento grande para parecerem coisas diferentes do que são, e sobretudo, poder de voo. Mas, mais uma vez, a natureza faz bem as coisas. É verdade que o número excessivo de cucos se tornou um perigo para qualquer eco-sistema social. Por outro lado, essa capacidade de os cucos ganharem uma segunda natureza, artificial, de que se servem para conseguir os seus intentos, acabará por perdê-los. Hoje, a maior parte dos cucos são burros. E “burros” como adjectivo é o que de melhor nós podemos dizer dos cucos.

* Amália Cabrita fez a escola primária nas charnecas e barrocais do interior algarvio e licenciou-se em filosofia no Porto; pelo meio estudou no liceu de Faro.

1 comentário:

Anónimo disse...

parabens ta fantastico! ;)